terça-feira, 26 de junho de 2012

Valente

Título: Brave
Título Original: Valente
Direção: Mark Andrews, Brenda Chapman e Steve Purcell
Roteiro: Mark Andrews, Brenda Chapman, Steve Purcell e Irene Mecchi
Gênero: Animação/Fantasia/Aventura
Duração: 100 Minutos













Os estúdios Pixar sempre tiveram um currículo impecável. Originalidade, extrema qualidade e coração sempre foram ingredientes presentes em todas as suas produções que sempre cativaram tanto crítica quanto público, fato que acabou por mudar com a chegada de "Carros 2". A mediocridade atingida pelo filme manchou levemente o currículo da empresa, provocou decepção e despertou um sentimento de dúvida na cabeça do público. Com esse seu novo projeto a Pixar se levanta, tira a poeira dos ombros e, mesmo que não reviva a qualidade de seus clássicos, foge da média e volta a se colocar acima de suas concorrentes.

"Brave" conta a história de Merida, princesa do reino de DunBroch. Quando sua mãe decide por arranjar uma competição por sua mão envolvendo três herdeiros do trono de reinos vizinhos, Merida se revolta contra sua progenitora e decide por partir em busca de seu próprio destino. O que a princesa não sabia é que essa busca colocaria essa menininha muito louca no meio de altas confusões.

Em seus personagens e as interações entre eles mora a grande força do longa. Tudo é construído de forma fluída, estabelecendo o terreno para que as situações futuras se desenrolem sem parecerem forçadas. A personalidade controladora da rainha e a vontade de liberdade e desprendimento da princesa provocam conflitos que atenuam a falta de comunicação entre as duas, falta de comunicação essa que é apresentada em uma bela cena na qual vemos ambas as personagens desabafando seus argumentos, mas não em um diálogo direto entre elas. Mais a frente, após a grande virada da trama, ocorre uma reversão de papéis, onde um processo de aprendizado passa a ser o protagonista do longa e a interação entre as duas muda para melhor, mesmo com todas as dificuldades da situação.

Como foco cômico, temos os pequenos trigêmeos irmãos de Merida. Sem precisar de uma única fala, os pequenos ruivinhos provocam risadas a cada passo, careta ou "travessura" que fazem, e capturam a simpatia da plateia imediatamente. O trio é responsável pelas melhores sequências do filme e trazem um espírito de "O Pimentinha" para o projeto que sustenta muito bem todo o tom humorístico já característico das produções Pixar.

Bom também é notar como a Disney continua a colocar personagens femininas fortes em suas produções. Começando com Merida e sua atitude quase revolucionária e libertadora, até chegar a Rainha Elinor. Elinor possui controle completo sobre seu reino e rei, sendo a mente líder e controladora do trono, deixando para o rei apenas a posição de imagem de liderança e força bruta.

Usando para embalar tudo de uma forma extremamente competente, a Pixar mais uma vez se supera no quesito técnico. É impressionante como as expressões dão vida aos personagens, a movimentação na tela é fluída e os cenários mostrados são, em grande parte das vezes, praticamente reais, enchendo os olhos de qualquer um.

Divertido, engraçado e com uma profundidade emocional bastante agradável, Brave é a redenção da Pixar que, mesmo que não se equipare aos geniais projetos antecessores da empresa, mostra que a força da mesma continua maior que a de suas concorrentes.

P.S: O curta "La Luna" é realmente lindo.


NOTA: 4/5

Um comentário:

  1. Allan!!
    Assisti esse filme com a minha mãe e posso dizer que ele tocou fundo, ainda mais nesse momento de brigas que estamos vivendo.
    Os personagens são ótimos e os sentimentos que eles expressaram eram tão verdadeiros que minha mãe saiu do cinema dizendo: "Viu só? Você precisa me tratar melhor! Não pode ser que nem a Merida no início do filme." rsrs
    Gostei bastante e o curta La Luna é lindo demais!! Fiquei apaixonada. *-*
    Excelente crítica!

    Bjs
    Gabi Lima

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