quinta-feira, 8 de março de 2012

Anjos da Noite 4 - O Despertar

Título: Anjos da Noite 4 - O Despertar
Título Original: Underworld: Awakening
Diretor: Mans Marlind e Bjorn Stein
Roteiro: Len Wiseman, John Hlavin, J.Michael Straczynski e Allison Burnett
Gênero: Ação/Terror
Duração: 88 Minutos













Você pega a Kate Beckinsale, coloca ela em uma roupa de couro, arma na mão e sendo uma vampira. Junta tudo isso com mais vampiros e adiciona lobisomens. Adicione uma guerra entre lobisomens e vampiros. Adicione a mesma Kate Beckinsale atirando em tudo e todos que entram em sua frente. Não tem como sair algo ruim, certo? Errado! Jogue tudo isso no colo de diretores e roteiristas incompetentes e você verá todo esse mundo bonito, maravilhoso e sangrento afundar como um pequeno e indefeso barco de madeira ao se chocar contra uma pedra.

O texto escrito por nada mais, nada menos que 5 roteiristas (sempre um "Red Alert" cinematográfico) traz de volta a vampira caçadora Selene (Kate Beckinsale). Os humanos descobriram que outras espécies moram entre eles e decidiram por caçar e expurgá-los. No meio disso, Selene tenta fugir com seu amor, um híbrido caçado pelos Lycans. No meio da fuga os dois são capturados e levados para o laboratório de uma corporação. Selene é misteriosamente libertada e corre atrás para saber onde está, qual o motivo de ter ido parar ali e quem a libertou.

É agoniante saber que 5 mãos escreveram esse filme. A história é praticamente inexistente e o que existe é completamente confuso. Nunca sabemos se o filme se trata da busca da protagonista, do expurgo das raças, da contínua guerra entre Lycans e Vampiros ou da "reviravolta" que acontece logo em seu começo. Perdido em sua própria história, o roteiro é claramente uma simples desculpa para uma punhetagem visual inacreditável, que nem mesmo é competente para cobrir as falhas do script. Recheado de diálogos risíveis que beiram o patético, o texto ainda escracha a preguiça e falta de cuidado de seus escritores ao apresentar o policial Kolb (Jacob Blair) como parceiro inexperiente e incômodo do detetive Sebastian (Michael Ealy) que, sem explicações ou qualquer tipo de preocupação, some da projeção de forma abrupta, como se os roteiristas tivessem simplesmente se esquecido que criaram aquele personagem algum dia.

Ainda no quesito personagens somos apresentados à menina Eve (India Eisley) que deveria apresentar algum tipo de importância a trama, mas sua história nunca é realmente explicada, sua importância nunca realmente mostrada e a personagem é rasa como uma piscina infantil, deixando em cena apenas mais um rostinho bonito de enfeite.

Tendo em mãos um roteiro tão problemático e rasteiro, os diretores não se esforçam nem um pouco para melhorar as coisas. Trabalhando com o visual "over" e fora de tom de todo o filme - desde figurinos a interiores - que já é característico da série, Marlind e Stein apresentam sempre cenas de ação sem graça, apostando na violência e sanguinolência de suas sequências que não funcionam em momento algum, chegando a constranger o espectador já que criar cenas divertidas e empolgantes envolvendo uma gostosa e alguns lobos e vampiros deveria ser obrigação de qualquer diretor que ousa lançar um filme. Essa escolha pelo gore poderia ser vista como corajosa, mas ao vermos como os diretores conduzem o filme, logo percebemos que servem como metáfora para os clássicos adolescentes "Macho Alfa". Explico: a câmera sempre procura pelos ângulos mais "reveladores" de Beckinsale e sua apertada e maravilhosa roupa de couro, mostrando seus seios ou bunda em close sempre que uma pose mais elástica os realça, mas quando temos a protagonista nua, toda a coragem desaparece instantaneamente e em vez de uma cena épica que salvaria parte da projeção, somos agraciados pelos braços da atriz cobrindo seus dotes e truques de câmeras para esconder os corpo desnudo da mesma.

Piorando um pouco mais as coisas temos um elenco ímpar. Todos parecem ter saído de uma câmara de congelamento facial exibindo uma inexpressividade torturante durante todos os longos 90 minutos de filme. A única que consegue sair desse estado é Beckinsale que consegue alternar entre a inexpressividade e a velha tática de qualquer vestibulando ou aluno de ensino médio ao encarar uma prova de múltipla escolha: utilizando uma cara de assustada/surpresa em toda a projeção, a atriz acaba por acertar em alguns momentos, fazendo com que sua quase careta combine com a cena e situação na qual se encontra, tornando tudo um pouco menos patético.

Mesmo assim esse filme me fez pensar e chegar a duas certeiras conclusões:

1) Logo algum programa de filmes da madrugada de um canal aberto se deliciará com toda a franquia Anjos da Noite.

2) Toda a franquia deveria seguir seu nome original e se jogar no submundo das produções Hollywoodianas.


NOTA: 1.5/5

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